quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Menina.

Colorida, tropeçava nas ladeiras da cidade. Caminhava por entre vielas, avenidas, ruas, ruínas, esquinas, meninos, meninas. Tinha a beleza de uma ninfa e a pureza de um delírio. Lasciva, com seus seios, poses e pernas. Dançava - quase sempre a mesma música -, alternava passos, olhava, pensava, ardia, corria. Sempre corria. Desentendia também. Tanta beleza imprevista, tanta beleza nunca antes vista. Era fogueira irreprimível de fogo velado e vadio. Diziam-na fuleira alguns, mal sabiam... Queimava-se só consigo, aprendera assim e assim era. Ainda desentendia. Pintava os cabelos, os olhos e a boca. Colorida, caminhava nas ladeiras de seu corpo, tropeçava por entre as vielas, avenidas, ruas, ruínas, esquinas, meninos... Menina.