quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Alice para Clarice

(...) vão
com a fantasia seguindo a trilha
dessa menina feita de sonho
que em seu país só de maravilhas
fala com bichos e passarinhos
- e o olhar delas crédulo brilha

Cap. 1, §2
Ela perguntava a si mesma se o prazer de fazer uma guirlanda de margaridas valia o esforço de ir colher as margaridas.

Cap. 1, §3
Alice não achou verdadeiramente notável nem mesmo quando o Coelho Branco disse para si mesmo: - Meu Deus! Meu Deus! Vou chegar atrasado! - Mas quando ele tirou um relógio do bolso do bolso do colete, olhou as horas e depois continuou seu caminho a toda pressa, Alice levantou-se. Teve a impressão de que nunca em sua vida tinha visto um coelho que tivesse um colete com bolso e muito menos um relógio para tirar do bolso.

Cap. 1, §5
(...), sem se perguntar nem por um momento como faria depois para voltar.

Cap.1, §15
Alice não tinha a menor idéia do que fosse uma latitude ou uma longitude. Mas achava muito elegante pronunciar essas palavras tão difíceis.

Cap.1, §27
(...) Alice estava começando a acreditar que bem poucas coisas eram verdadeiramente impossíveis.

Cap.1, §29
Era muito simples dizer: beba-me. Mas Alice era muito inteligente para fazer isso sem refletir.
- Não, vou primeiro ver se está escrito veneno em algum lugar.

Cap. 1, §37
(...) Alice estava ficando tão habituada a só esperar coisas extraordinárias que agora achava absolutamente estúpido ver a vida acontecer de uma maneira comum.

Cap. 5, §2
- (...). Eu sei quem eu era quando me levantei esta manhã, mas passei por uma porção de transformações depois disso.

Cap. 5, §15
(...) logo se habituou e recomeçou a falar sozinha, como sempre.

Cap. 6, §34
- (...). Vá visitar qualquer um deles, tanto faz. São ambos loucos.
- Mas não tenho a menor vontade de ir à casa de gente louca!
- Onde você iria, então? Todos somos loucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.
- Como sabe que sou louca?
- Tem de ser, senão não estaria aqui.
Alice não achou que isso fosse uma prova. Em todo caso, continuou:
- E como sabe que você próprio é louco?
- Eu explico - disse o Gato. - Você concorda que os cães não são loucos, não é?
- Concordo.
- Pois bem, você sabe que um cão rosna quando está zangado e abana o rabo quando está contente. Ora, eu rosno quando estou contente e abano o rabo quando estou zangado. Portanto, sou louco.
- Eu chamo isso de ronronar e não rosnar - disse Alice.
- Chame como quiser. Vai jogar croqué com a Rainha hoje?
- Bem que gostaria. Mas ainda não fui convidada.
- Você me encontrará por lá - disse o Gato. E desapareceu.
Alice não ficou muito espantada. Estava ficando habituada com acontecimentos extraordinários.