tag:blogger.com,1999:blog-18460611317531609152024-03-05T10:44:38.774-08:00Diário de um ator qualquerJota Mombaçahttp://www.blogger.com/profile/15600073865539167147noreply@blogger.comBlogger9125tag:blogger.com,1999:blog-1846061131753160915.post-13278068038440471692009-12-01T07:18:00.001-08:002009-12-01T07:18:37.346-08:00Janelas Abertas nº 2<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/7U8m3Ue5xLM&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/7U8m3Ue5xLM&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Jota Mombaçahttp://www.blogger.com/profile/15600073865539167147noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1846061131753160915.post-89456735911644372412009-12-01T05:51:00.001-08:002009-12-02T02:23:21.095-08:00para Experimento Audiovisual de Inércia, Tédio e SilêncioAinda ontem, ao sair de casa, pela manhã, para comprar o jornal - que eu, fatalmente, não leria, pois mesmo não leio nenhum dos que compro -, cruzei este corredor vazio, como sempre o é. É incrível como durante todo este tempo em que tenho vivido aqui eu nunca sequer vi um vulto de gente, de bicho... De nada. Talvez tenha alguém preso lá dentro, do outro apartamento. Alguém que não consiga cruzar a soleira, que esteja, quem sabe(?), colado à madeira da porta, espiando, através do olho mágico, o corredor vazio que se acende e apaga o tempo todo. Não duvido, sinceramente, que ele, amiúde, abra e feche a tranca, que mal respire, que olhe a janela que lhe faz arrelias por estar sempre tão escancarada, não duvido de nada que venha de um cara preso mais dentro de si do que do apartamento.Jota Mombaçahttp://www.blogger.com/profile/15600073865539167147noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1846061131753160915.post-80128692049525210622009-10-21T06:52:00.000-07:002009-12-01T04:44:36.976-08:00Menina.Colorida, tropeçava nas ladeiras da cidade. Caminhava por entre vielas, avenidas, ruas, ruínas, esquinas, meninos, meninas. Tinha a beleza de uma ninfa e a pureza de um delírio. Lasciva, com seus seios, poses e pernas. Dançava - quase sempre a mesma música -, alternava passos, olhava, pensava, ardia, corria. Sempre corria. Desentendia também. Tanta beleza imprevista, tanta beleza nunca antes vista. Era fogueira irreprimível de fogo velado e vadio. Diziam-na fuleira alguns, mal sabiam... Queimava-se só consigo, aprendera assim e assim era. Ainda desentendia. Pintava os cabelos, os olhos e a boca. Colorida, caminhava nas ladeiras de seu corpo, tropeçava por entre as vielas, avenidas, ruas, ruínas, esquinas, meninos... Menina.Jota Mombaçahttp://www.blogger.com/profile/15600073865539167147noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1846061131753160915.post-8750429553382667772009-10-19T14:50:00.000-07:002009-10-19T15:05:53.639-07:00Para consumir: Civone<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTaT83Xv_Z4jt-tMORlVAdsHT-jHrgUJe7yyAFIW9uNVQe2eUr1S3U-GN3tdrdS7SWzrQht_9ZQ1yCeF2dwrk3aSP5EurbMchzR9VBIuLhffLQQ9gflXCyf6ito3cMd_ht3iqeOT4vsFE/s1600-h/cartazdecivone.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 331px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTaT83Xv_Z4jt-tMORlVAdsHT-jHrgUJe7yyAFIW9uNVQe2eUr1S3U-GN3tdrdS7SWzrQht_9ZQ1yCeF2dwrk3aSP5EurbMchzR9VBIuLhffLQQ9gflXCyf6ito3cMd_ht3iqeOT4vsFE/s400/cartazdecivone.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5394432086328537058" /></a><br /><br />A virada num traque Civone Medeiros lança e relança, respectivamente, seus livros "Escrituras Sangradas #2: Ave de Arribaçã ou A Propósito de Viena e Outros Ondes" e "Escrituras Sangradas #1: Toscas Fatias de Escrevinhadura" no Café Salão Nalva Melo no dia 29/10 (quinta-feira) às 18hrs. A multiartista vai contar com a presença de uma penca de gente-boa "fazendo arte" por lá, dentre eles Múcia Teixeira, Mambembe, Luís Gadelha, etc. Na (des)programação vai rolar performance, música, recital poético e muita - mas muita mesmo - liberdade artística. Fica a dica!Jota Mombaçahttp://www.blogger.com/profile/15600073865539167147noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1846061131753160915.post-75952384591892885232009-10-11T05:32:00.000-07:002009-10-13T13:59:33.646-07:00Eu preciso.Jota Mombaçahttp://www.blogger.com/profile/15600073865539167147noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1846061131753160915.post-52780185592155379692009-10-09T04:36:00.000-07:002009-10-09T04:37:49.632-07:00Socioanatomia: apresentação<div style="text-align: left;">Uma moça nua e uma câmera de vídeo.</div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">so</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:6px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:24px;">c</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:78%;">io</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-large;"><span style="font-size:130%;">a</span>n<span style="font-size:180%;">a</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:180%;">t</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:180%;">o</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:85%;">m</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-large;"><b>ia</b></span></div><div style="text-align: center;"><b><br /></b></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:6px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:24px;"><b><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfrHq8_SFCj1-RwmBBfIXdWm6GZj4p4U0Q8JsT5-7sJtj-Cu_bi7E7dRiC1ugq6n-_B21D4SoGS-9Uy1_hv9sb-C_HjYzdD4cXcoA0M307NfXvrHschVVzg2QKwFX5XbdkaO_blEpMQQw/s400/anatomia+da+vagina1.jpg" style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 390px; height: 366px;" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5353589544544114530" border="0" /></b></span></span></div>Jota Mombaçahttp://www.blogger.com/profile/15600073865539167147noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1846061131753160915.post-75448172556178008472009-10-08T05:14:00.000-07:002009-12-01T04:43:18.505-08:00Alice para Clarice(...) vão<br />com a fantasia seguindo a trilha<br />dessa menina feita de sonho<br />que em seu país só de maravilhas<br />fala com bichos e passarinhos<br />- e o olhar delas crédulo brilha<br /><br />Cap. 1, §2<br />Ela perguntava a si mesma se o prazer de fazer uma guirlanda de margaridas valia o esforço de ir colher as margaridas.<br /><br />Cap. 1, §3<br />Alice não achou <span style="font-style: italic;">verdadeiramente</span> notável nem mesmo quando o Coelho Branco disse para si mesmo: - Meu Deus! Meu Deus! Vou chegar atrasado! - Mas quando ele tirou um relógio do bolso do bolso do colete, olhou as horas e depois continuou seu caminho a toda pressa, Alice levantou-se. Teve a impressão de que nunca em sua vida tinha visto um coelho que tivesse um colete com bolso e muito menos um relógio para tirar do bolso.<br /><br />Cap. 1, §5<br />(...), sem se perguntar nem por um momento como faria depois para voltar.<br /><br />Cap.1, §15<br />Alice não tinha a menor idéia do que fosse uma latitude ou uma longitude. Mas achava muito elegante pronunciar essas palavras tão difíceis.<br /><br />Cap.1, §27<br />(...) Alice estava começando a acreditar que bem poucas coisas eram verdadeiramente impossíveis.<br /><br />Cap.1, §29<br />Era muito simples dizer: beba-me. Mas Alice era muito inteligente para fazer isso sem refletir.<br />- Não, vou primeiro ver se está escrito <span style="font-style: italic;">veneno</span> em algum lugar.<br /><br />Cap. 1, §37<br />(...) Alice estava ficando tão habituada a só esperar coisas extraordinárias que agora achava absolutamente estúpido ver a vida acontecer de uma maneira comum.<br /><br />Cap. 5, §2<br />- (...). Eu sei quem eu era quando me levantei esta manhã, mas passei por uma porção de transformações depois disso.<br /><br />Cap. 5, §15<br />(...) logo se habituou e recomeçou a falar sozinha, como sempre.<br /><br />Cap. 6, §34<br />- (...). Vá visitar qualquer um deles, tanto faz. São ambos loucos.<br />- Mas não tenho a menor vontade de ir à casa de gente louca!<br />- Onde você iria, então? Todos somos loucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.<br />- Como sabe que sou louca?<br />- Tem de ser, senão não estaria aqui.<br />Alice não achou que isso fosse uma prova. Em todo caso, continuou:<br />- E como sabe que você próprio é louco?<br />- Eu explico - disse o Gato. - Você concorda que os cães não são loucos, não é?<br />- Concordo.<br />- Pois bem, você sabe que um cão rosna quando está zangado e abana o rabo quando está contente. Ora, eu rosno quando estou contente e abano o rabo quando estou zangado. Portanto, sou louco.<br />- Eu chamo isso de ronronar e não rosnar - disse Alice.<br />- Chame como quiser. Vai jogar croqué com a Rainha hoje?<br />- Bem que gostaria. Mas ainda não fui convidada.<br />- Você me encontrará por lá - disse o Gato. E desapareceu.<br />Alice não ficou muito espantada. Estava ficando habituada com acontecimentos extraordinários.Jota Mombaçahttp://www.blogger.com/profile/15600073865539167147noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1846061131753160915.post-65506654181915603082009-08-29T15:08:00.000-07:002009-08-29T15:14:57.320-07:00A Possibilidade de Fazer Sombra<div style="text-align: right;"><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhExMl-CNvb4_-OEAFLs_SXPHGND0k7LhEjvAO_DMaWTncAgwIDyWcFe63pf_GBl-US7NfdExXfeN2cKvdqDzj3Alc6ZmFXeI8YJySH8Ybo_0F8eCJrJNDlAlgkqdm94pyFJhzPyYIKWm8/s1600-h/apossibilidadedefazersombra.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 268px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhExMl-CNvb4_-OEAFLs_SXPHGND0k7LhEjvAO_DMaWTncAgwIDyWcFe63pf_GBl-US7NfdExXfeN2cKvdqDzj3Alc6ZmFXeI8YJySH8Ybo_0F8eCJrJNDlAlgkqdm94pyFJhzPyYIKWm8/s400/apossibilidadedefazersombra.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5375511505316033682" border="0" /></a><br />Direção: Maurício Motta<br /></div></div>Jota Mombaçahttp://www.blogger.com/profile/15600073865539167147noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1846061131753160915.post-54916869826733601852009-06-24T11:45:00.000-07:002009-06-24T11:55:21.546-07:00Ninguém me vê<span class="Apple-style-span" style="color:#FFFFFF;">Aprendi, em meus tão poucos anos, a não me preservar. Não tenho bons motivos para viver longamente, ou para esconder-me da morte como se a morte não fosse uma coisa natural da vida. Não, eu não tenho bons motivos para viver pela metade.</span><div><span class="Apple-style-span" style="color:#FFFFFF;">Nos meus tão poucos anos de vida, aprendi a abrir o pano, a entrar inteiro no palco e sair aos pedaços. Nos meus tantos anos de sonho, sangue e América do Sul, ensaiei todos os passos da minha obra de improviso. E não me peça para falar dos atos em que me suicido para conseguir sobreviver!</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color:#FFFFFF;">Para todos os efeitos, estou inteiro. Para dizer a verdade, sou só pedaços. Estou espalhado pela cidade: na boca das meninas, no corpo dos meninos, nos quartos, nas salas, cozinhas... Estou impregnado no ar puro e na fumaça; desço quente, rasgando, feito gole de cachaça; sou a mentira absurda que te contam na TV: </span>eu estou em todos os lugares, mas ninguém me vê.</div>Jota Mombaçahttp://www.blogger.com/profile/15600073865539167147noreply@blogger.com